(Al Margen)
A mão enrugada abre a porta da sala 1806. Dos lábios, um gritinho rouco, obscuro. Os olhos veem no tórax arquejante e no abdômen saliente muitas, muitas palavras aglutinadas como se fossem cristais rubros. Dois ou três espermatozóides passeiam sem pressa pelo carpete macio, saindo porta afora, assim, como quem não quer nada. O zíper se fecha. Os lábios sentenciam: “muito estranho, muito estranho.”
No teclado, o brilho da Lua refletia-se em vão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário