(Camille Claudel - reflexão profunda, 1898)
a vida é feia,
menina de olhos estrábicos,
vemos em dobro, vivemos
pouco em cada uma de
nossas metades;
as vistas veem em dobro,
os olhos pestanejam,
o acaso é nada, corre
ao redor dos lagos
cabelos trançados, a menina
corre, o ar balouçando
nos vazios, os brados dobrados
o grito espargido.
a vida é feia, criança,
a vida é feia menina
seus olhos fechados;
a vida é um pouso
na água dos lagos
1989
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