foi num dia qualquer, num canto de rua
num conto de lua
num concerto feito seresta
tentativas e seminários e emissões,
e beijos de lábios secos
a cruz pende sobre as cabeças
sobre a porta,
a cada entrada me angustio.
irás cair, pergunto-me intrigado?
nem violinos me respondem
no delírio deste recital,
os rococós se acumulam,
os rebusques e os detalhes se amontoam.
no delírio deste sonho,
quero ser este pesadelo sombrio
estas ovelhas que pulam e saltam cercas,
e invadem palco e plateia aos berros de oboés
e trompetes
a sereia pisca, e me retiro em meu banco aveludado.
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