domingo, 26 de dezembro de 2021

PÔ, EMA!

 

(Hieronymus Bosch)



“Como da planilha à flor,

No meio da quase-vasta planície,

Da pétala brota a rosa; triste rosa.

Por entre a neblina e a umidade,

Acende o cigarro. A chama é vômito do isqueiro,

E rapidamente dissipa-se na superfície.

Da luminosidade difusa, pendem as cintilações

Ora multicores, ora raiadas de preto e branco.”



Às vezes não se o por quê do tomar da caneta;

O por quê de palavras soltas às linhas/versos

O por quê dessa fluência plena de criação

Das razões que levam o poeta na sua caminhada

Pluritemática.

Mas talvez o poeta seja uma grande incógnita

Uma sinfonia e alguns concertos a cada poema

E, se sorte tiver,

Alguns secos aplausos.



E talvez seja o ser uma grande incógnita

A única razão da existência do poeta.

Incógnita que pode assumir todos os valores

Inclusive nenhum deles.



Talvez.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se o tempo chovesse

  (Suzanna Schlemm) Se o tempo chovesse,             possivelmente O tempo choveria longo,             choveria sempre. Se a chuva fosse o t...