sexta-feira, 16 de setembro de 2022

A amada em abandono

 

(George Hendrik Breitner)



Abandonada e só sobre a cama, outra lascívia

Abate-se sobre seu corpo, agora em tormento;

Em outro leito, o homem em abandono no momento

À brisa mansa entrega a memória passiva



E não pensa no abandono que legou num momento

Da noite perpetuada em dor em outro leito agora abatida;

Em outro leito, a mulher em abandono é consumida

E pela cama vaga como o mar por uma onda, e seu tormento



Abate-se em abandono no homem de músculos rijos

Onde o lençol em ondas afaga em brisa seu ventre e o corso

Onde aquela amada ardeu seu ventre em tons lascivos



E sua voz só faz acalmar à distância o amado torso,

Soprando o vento às naus distantes em águas esquivas,

O pranto da amada, seu ventre o mar e o cais seu dorso.





(manuscrito, s/d)

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