quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Repente

 

(Marc Chagall) 


 Da impureza do destino,

           o mundo rateia

um menino;

 

(O sapo coaxa na lagoa,

             se imerge em

uma vitória-régia

               em carne viva)

 

De flor no chapéu

                 e pescoço na lapela,

no brejo se ergue

(o contornam os pés de juta

                   e canela)

 

O vapor o dissolve num beijo,

                    e o mumifica

Em resíduos de sal-de-fruta

                            amargo.

 

 

 

(manuscrito a lápis)

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