(Balthus)
Quero ver a noite nos teus olhos de estrela pagã:
Vocifera nos meus ouvidos a lágrima ardente
De paixão: e permita que, por uma só vez,
Aconchegue-me aos seios teus
E desfaça-me, lúcido, líquido, inverossímil e poeta
Por entre seus cachos
Que persistem a inexistir
Por detrás da boca úmida, seca
E antitética,
Tocando com suavidade
Envolvendo sua doce voz na melodia
Ainda que desgastada
Desta canção de virgem ardor
Puritanamente reservada.
Ao último verso.
À última letra.
Ao último beijo.
Ou a uma indiscreta janela.
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