domingo, 25 de abril de 2021

Porcarias Terminais




(Escultura de Liu Xue)



Nasci sem filhos

Virgem de pai e mãe

Meu hímen, ainda o preservo

Em algum baú velho

Para um eventual

Estupro

A dois ou mais



Se da Vida nasce a Decadência

Esfacelo-me em meus pensamentos

Piloto inábil

Sem volante, freios,

Sem rumo

Em estrada

Sem piloto



É das emoções fortes

Que a Vida se nutre.

Às vezes definha,

Ou então empanturra-se

Como um porco gordo e sebento.

Daí, é só levá-lo ao abatedouro mais próximo

E, secamente,

Findar a existência.

Com uma farta e gordurosa

Feijoada.



Um pacto tão real

Faz o porco,

Que o leva a se suicidar

Em data (im?)prevista.



Porco louco,

Incurável.



Porco porco,

Porco louvável.



Óinc!


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