Quem seguiu teus passos na
moita escura
e pelos degraus da catedral
central
viu quando fugias pelas
sacristias?
Um mistério sem solução,
Vulgar sacristão.
deixa que a virgem te
abandone nessa fuga de ti;
ela te deixará sobre macias
almofadas de cetim, o tecido da heresia
e dirá para repousares que a
viagem foi exaustiva
e que estás cansado de si
mesmo, e que não queres mais profanar
seu corpo
e que fostes o melhor amante
de toda a Palestina e arredores do Oriente Médio;
que só tu sabias como
acariciar sua pele de um jeito que alucina,
que só teu corpo satisfaria
seu ser,
mas que era necessário que
parisse mais um neto das estrelas,
para que, no futuro, quando
os italianos comessem macarronada com molho
ao sugo e um pãozinho,
se lembrassem que mais
alguém curtia bracholas.
levassem a mão ao peito em
reverência
e dessem os restos ao
cachorro mais próximo,
a virgem partiria, então,
com seus apetrechos de mulher e sua carne macia,
e provavelmente a primeira
noite seria a pior delas,
pois acharias que jamais se
habituarias a sua falta,
como poderias viver sem seu
hímen ambulante?
ela era a parte de ti que
perdeste nos cassinos, com outros jogadores
eras o que temias ser nas
vielas das ruas, quando fostes mero passante (lembra?)
mas te habituarás entre um
trago ou dois,
e acelgas e estrelas do mar
iriam postar-se ao seu lado, condolentes,
e quem sabe abrisses até
um restaurante natural.
apenas um vestígio ou dois
indicariam à sua clientela o ocorrido;
uma almofada pendurada em
berço esplêndido em lugar de honra e síntese,
as estrelas marinhas em teus
olhos, as acelgas como garçonetes,
e teu hímen choroso, à busca
de quem o desvirgine.
num canto da sacristia, o
cão devora os restos de massa e molho inglês.
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