pelas ruínas de Atenas caminha o
partenon
rodeando
as esfinges;
pirâmides respingam em seu olhar
vinagre quente
máscaras coreografam seus
movimentos inertes,
e tornam-se audíveis acordes
de melodias perdidas no tempo;
é tarde, eu sei.
seu lado ferino se manifesta às
doze badaladas
do relógio da sala;
não tenho medo de seus envios.
se pudesses, tolherias a corrente
dos rios,
secá-los-ia às nascentes, não
permitiria seu rumo.
avalio a grandiosidade das
montanhas;
mas não se comparam aos picos do
ser
apesar de serem belas
e desvirginarem as nuvens
num constante;
os ventos do deserto assopram
suas areias,
grãos que viajam em destino de
outros
amarelos átomos de solidão
iminente.
continuo a rabiscar minhas folhas
em branco,
apesar de mais sábio e mais
sóbrio
de ser.
rabiscos que formam figuras
estranhas, fragmentos de real
sonhos de criança, lembranças de
viver
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