(Agnolo Bronzino- Saint Sebastian)
eu sou morta, uma vez que uma parte de mim jaz
e uno-me em teu gemido ausente como uma cabra que bale;
meu seio é teu, pequenino, e tu o renegas
como o mundo te renegaste outrora, mas não temais
mais; nada mais tens a perder,
tudo o que tens hoje é o tudo que lhe coube,
quão magro és! eu sei que dia virá
onde o meu colostro será teu como este sangue
e ele brotará no teu dorso como petéquias em flor
e teu jazigo será florido,
tão perto tens meu seio de teus lábios,
mas a nós falta a vida, o calor do que é perpétuo,
o sopro que me fizesse leite e a ti voraz,
sumarento;
não, não me enganes, pequenino; e se não fosses a paz
onde te encerraram, eu diria que tu dormes,
não; tu dormes, sim; eu conheço este sono,
e me permito sorrir, pois sei tu mais próximo que em qualquer tempo
deste leite seco de meu seio,
sorve meu leite de dor ausente;
roçando meu seio em teu lábio,
sei que a vida é eterna,
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