Tenta-se passar de fininho
Na sua sorrateira posse,
Mas não se consegue:
Teus olhos de águia sedenta
Não permitem desvios
Nem desafios;
Tenta-se ouvir o teu canto
Um uivo ferino que raspa
O hímen da noite;
O negro no açoite
Diz que estás fora e não quer te chamar;
Tenta-se abraçar o teu corpo
De fêmea ardente,
Mas que ninguém tente,
Pois nas tuas armadilhas de fogo
Se perdem gregos e troianos,
todos os anos;
Bruxa maldosa, feiticeira do profano,
Perdoa meu engano;
Deixa eu coifar os teus pelos,
Brincar de amor em teus seios,
Pr’eu te afogar em teu manto.
Pr’eu, em tua tumba soturna,
Padecer em teu pranto.
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