terça-feira, 12 de outubro de 2021

O Espelho 051282

 

(M.C. Escher, La Main tenant un miroir sphérique, 1935)



O espelho

Que ficava na moldura que ficava

Na parede que ficava no quarto

Que ficava na casa que ficava na rua

Que não ficava.



O espelho

Segredo da Vida e da Morte, essência pura

Refletor infindável, batalha incansável

Um dia se cansou daquele sinal fechado

E parou de viver.



O espelho

Se mandou da mutuca da parafina

Comunicou que faturara umas pernas tortas

Vindo na minha direção todo emocionado

Mascando chiclete.



O espelho

Almejou ser algo na vida escondida

Produzindo intermináveis sons e ruídos

Combinando palavras sem nexo ao acaso

Não aguentou.



O espelho

Quebrou.


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