(M.C. Escher, La Main tenant un miroir sphérique, 1935)
O espelho
Que ficava na moldura que ficava
Na parede que ficava no quarto
Que ficava na casa que ficava na rua
Que não ficava.
O espelho
Segredo da Vida e da Morte, essência pura
Refletor infindável, batalha incansável
Um dia se cansou daquele sinal fechado
E parou de viver.
O espelho
Se mandou da mutuca da parafina
Comunicou que faturara umas pernas tortas
Vindo na minha direção todo emocionado
Mascando chiclete.
O espelho
Almejou ser algo na vida escondida
Produzindo intermináveis sons e ruídos
Combinando palavras sem nexo ao acaso
Não aguentou.
O espelho
Quebrou.
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