sábado, 9 de outubro de 2021

POEMA A UM PLANETA INEXISTENTE

 

(Hiroshima Peace Memorial Museum - Chakihara Jitsuto)


A angústia de pressentir

Um amor inexistente

Sua falta pulsa

Nos corações alienados

Botões e ogivas

Mísseis e bombas

De um “ballet”

Macabro

Mortal

Sinistro

Basta!

Basta de crianças

Famintas

Basta de pessoas

Assassinadas

Por regimes insensíveis

Basta

A uma Humanidade

Que tem

Corações de pedra

Olhos vendados

Ouvidos tapados

Lábios cerrados

Bebês híbridos

Filhos radioativos

Pensamentos passivos

Cérebros inativos

E a rosa, a rosa, a rosa

A Rosa de Hiroxima

Perde uma a uma

Suas pétalas

De uma esperança

Maravilha

Agora sem cor

Nem cheiro

Insossa

Inconsistente

Caem por sobre um mundo

Que tem dias

Horas

Segundos marcados

Por relógios

Fissionários

Seu caule ressequido

Pende

Causticado pela chama

Radioativa

De um planeta

Qualquer

Que foi

Enveredando pelo Futuro

E que hoje

Não mais existe

Não mais.


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