(Andrea Kowch, 1986)
O vento
Transportando ao longe pesadas neblinas.
O chão subindo e atingindo o céu branco sujo, e com este se confundindo
Em mescla
A areia fina que cisiona-se entre os dedos e na água se diluindo.
A folha amarela que se solta e, solta,
Se queda;
A estática acalma os seixos na beira dos riachos.
Descubro-me dentro de um mundo que não me é muito estranho,
E me embebedo de seu absinto lírico e gelado;
Movo-me dentro desta vertente.
Fantasio um voo inconsequente e me sinto içado,
Não piso no campo arado nem no impessoal e duro cimento;
Neste momento, sou alado, e capturo em meus braços gaivotas azuis.
Molhado de chuva, pouso no raio e me faço sua luz,
Propago-me e possuo o domínio de todo o espaço,
Me faço, pelo instante de um relâmpago,
Mas apago.
Nenhum comentário:
Postar um comentário