domingo, 16 de janeiro de 2022

The four seasons – Winter – Adler – the sense of time

 

(Andrea Kowch, 1986)


A triste umidade soprando nos vitrais das casas nas colinas

O vento

Transportando ao longe pesadas neblinas.



O chão subindo e atingindo o céu branco sujo, e com este se confundindo

Em mescla

A areia fina que cisiona-se entre os dedos e na água se diluindo.



A folha amarela que se solta e, solta,

Se queda;

A estática acalma os seixos na beira dos riachos.



Descubro-me dentro de um mundo que não me é muito estranho,

E me embebedo de seu absinto lírico e gelado;

Movo-me dentro desta vertente.

Fantasio um voo inconsequente e me sinto içado,

Não piso no campo arado nem no impessoal e duro cimento;

Neste momento, sou alado, e capturo em meus braços gaivotas azuis.



Molhado de chuva, pouso no raio e me faço sua luz,

Propago-me e possuo o domínio de todo o espaço,

Me faço, pelo instante de um relâmpago,



Mas apago.


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