(Valquíria Cavalcante)
O cosmos, esse agrupamento de pedaços de linguiça e pão.
Te conheço desde minha infância, quando te invejava eu sua grandeza de migalhas;
Hoje, sei que tenho a ti dentro de mim, que nos confundimos um ao outro em nossos folguedos de esconde esconde;
E tu, tu também sabes que na essência da minha vastidão tens uma parte do controle acionário.
E eu, eu me conheço como a teus mapas celestes,
sei onde cintilam minhas maiores constelações, e onde se enevoam plumbeamente
Minhas maiores nebulosas.
E caminho contra ti, em tua direção sinalizo e me agito.
Tuas migalhas são as minhas, teus sistemas refletem os meus, nos perdemos uns nos outros e nos encontramos.
Para finalizar, nos rompemos em fatias herméticas de pão sem casca, migalhas que os outros sartreanamente comem e digerem,
E se fazem maiores que na realidade o são; na real realidade, nesta presente verdade, nada mais são;
são mais que fatias, são a geleia que mela
que sela o pão.
Gela, cala então, e, quando se derreterem suas geleiras frígidas, encontrarão meia dezena de mamutes,
E se perguntarão pelo significado de mais esta metáfora.
Deixa que se sequem, que se sufoquem em seus próprios lenços, lençóis;
Que se atraquem entre si, nos portos, que beijem suas esposas e filhos e contem, emocionados, as peripécias desta viagem,
Das estrelas e dos cometas, dos dias e noite, dos pães e dos mamutes.
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