segunda-feira, 16 de maio de 2022

Das histórias da vida:

 

(Pierre Auguste Renoir: jeune fille endormie au chat-1880)


Para começar a história

Da vida

É preciso mais que a chama

Da vela

Ou umas cinzas de cigarro

Do bêbado

Para começar a história

(Velha história)

Da vida

É preciso as cinzas

Do isqueiro

Ou quem sabe até a chama

Do bêbado.

Não.

Da vida,

Só é preciso

O cigarro.

A chama, as cinzas

E o bêba-

Do

São só histórias

Da vida.



(Essas, ela as conta

Para ninar as estrelas

Que preguiçosamente recolhem seu brilho

Para um novo dia que nasce).



A vida tem seus sortilégios...



(1989)



(Curiosidade: esse poema está escrito a mão no verso de um convite para uma palestra do João Amazonas, denominada “O surgimento do movimento operário e a situação atual”, a ser proferida no Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo, no dia 25 de março, às 15 horas. Assinatura do convite: Comissão pela legalização do PC do Brasil).

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